- - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do ministro Teori Zavascki que determinou o envio das investigações contra ele na Lava Jato para o juiz federal Sérgio Moro, responsável, na primeira instância, dos processos do esquema que atuava na Petrobras.
- - Os inquéritos remetidos na última segunda-feira (13) a Curitiba apuram se o ex-presidente ocultou patrimônio e se recebeu vantagens de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras, na forma de reformas ou através do pagamento de palestras.
- - A defesa de Lula apresentou no tribunal os chamados embargos de declaração, recurso para esclarecer omissões, contradições e obscuridades em decisões judiciais.
- - Os advogados do ex-presidente apontaram como contradição da decisão de Teori a remessa ao Paraná das investigações sobre o sítio em Atibaia (SP) e do triplex em Guarujá (SP) atribuídos ao petista.
- - Na visão da defesa de Lula, os dois casos deveriam ser encaminhados para a Justiça de São Paulo na medida em que os dois imóveis sob suspeita estão localizados no estado.
- - Além disso, os defensores do petista alegam que se Janot decidiu incluir Lula no principal inquérito da Lava Jato no Supremo – o que apura se existiu uma organização criminosa para fraudar a Petrobras –, não há razão para apurações sobre o mesmo tema em instâncias diferentes.
Segundo os advogados, ou tudo fica no STF ou deve ser decidido qual ramo da Justiça vai analisar as suspeitas contra o ex-presidente relacionadas aos imóveis de São Paulo.
- "Diante desse cenário, resta evidente que ao proferir a r. decisão embargada Vossa Excelência, com o devido respeito, deixou de realizar (omissão) uma necessária sistematização das investigações relacionadas ao embargante. - - Ou as condutas do embargante devem ser averiguadas no âmbito da 'Operação Lava Jato' e essa averiguação deve prosseguir no Inquérito 3.989, ou o assunto relacionado aos procedimentos relacionados a esta Reclamação não dizem respeito à citada operação e, neste hipótese, há necessidade de se determinar qual o órgão jurisdicional competente para processá-los ao realizar-se o desmembramento", diz trecho do recurso apresentado pela defesa de Lula.
- - > Sítio e triplex:
- - Em março deste ano, o Ministério Público de São Paulo denunciou o ex-presidente da República pelos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica por causa da suposta compra de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. - - O MP diz que a soma de testemunhos e documentos levam à única conclusão de que o imóvel era destinado a Lula. A defesa de Lula nega que o ex-presidente seja proprietário do triplex.
- - Segundo os promotores, testemunhas e documentos atestam que Lula cometeu dois crimes: falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
- - Em relação ao sítio de Atibaia, documentos divulgados pela força-tarefa da Lava Jato reforçam a suspeita de que Lula é o verdadeiro dono do sítio em Atibaia (SP), que teve obras pagas por empreiteiras investigadas no esquema de corrupção da Petrobras.
- - O ex-presidente, entretanto, afirma que o sítio é de dois amigos dele: Jonas Suassuna e Fernando Bittar. - - Segundo o petista, a ideia dos amigos era oferecer a ele não só um lugar para descansar, mas também para guardar "as tralhas de Brasília".
- - - - - - - - > Mariana Oliveira- Da TV Globo, em Brasília-Atualizado em 15/06/2016 22h34