Em audiência de custódia realizada na tarde desta sexta feira (15), na 6ª vara da Justiça Federal em São Paulo, Joesley Batista se defendeu das acusações de inside trading, o uso de informações privilegiadas para ganhos na bolsa de valores, falando que as operações de venda de ações da JBS foram normais e necessárias pela holding J&F, pois ele necessitava de caixa, uma vez que seu crédito em bancos está restrito.
Ele depois também falou que a quebra de sua imunidade do acordo de delação foi um ato de covardia e que está preso por ter delatado e mexido com os poderosos da política nacional.
Logo após, seu advogado Pierpaolo Bottini solicitou a revisão da prisão preventiva sob alegação que ela era uma medida excessiva, de que seu cliente sempre esteve disponível para esclarecimentos à justiça e que nunca deu sinais de que estaria planejando um fuga do país.
E acrescentou que se cumprisse a pena máxima do crime que estava sendo acusado, que é de 5 anos, Joesley estaria cumprindo a pena em regime aberto ou semi-aberto.
Mas, tanto a procuradora do MPF, Thamea Danellon, como o juiz presente, João Batista Gonçalves entenderam que a prisão preventiva era necessária para a preservação da ordem social e econômica.
Como um dos argumentos, a procuradora falou que na data da prisão de Joesley, as ações da JBS subiram e o mercado financeiro se estabilizou.
Ela ponderou ainda que Joesley em liberdade poderia destruir provas de outros crimes que cometeu e também que ele tinha meios materiais para uma fuga para o exterior, mesmo com a entrega dos passaportes.
O juiz por sua vez, acatou os argumentos da procuradora, mas também reconheceu que se condenado pelo crime de inside trading ele estaria cumprindo a pena em regime aberto ou semi-aberto. Ele apontou que vê a necessidade de manter Joesley preso para que o processo referente a essa investigação de inside trading se encerre rapidamente.
Joesley permanecerá preso preventivamente por tempo indeterminado na sede da polícia federal em São Paulo.