O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin liberou no final da tarde desta terça-feira o sigilo das gravações entregues na semana passada pelos executivos da JBS. Os áudios motivaram o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a abrir investigação para apurar possíveis omissões ocorridas na delação, o que pode invalidar o acordo fechado com a PGR e três delatores da empresa.
"Tratando-se, portanto, de áudio cujo conteúdo não se restringe às elucubrações sobre a vida reservada de terceiros estranhos à apuração e, sendo impossível, sem corromper a higidez do material produzido, preservar ambos os valores sopesados (intimidade e interesse público), deve prevalecer a ponderação estampada na precitada regra do art. 93, IX, da CR/88", afirmou no despacho o ministro do Supremo.
De acordo com Janot, a omissão dos fatos, que teria aparecido em um áudio de cerca de quatro horas, foram entregues na semana passada. O conteúdo foi tratado pelo procurador como “gravíssimo”. O fato, segundo ele, pode inviabilizar a delação feita pelos executivos da JBS.
De acordo com a PGR, o material que suscitou as suspeitas teria sido gravado no dia 17 de março deste ano e traz conversa entre Joesley e Ricardo Saud. “Apesar de partes do diálogo trazerem meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático, inclusive envolvendo o Supremo Tribunal Federal e a própria Procuradoria-Geral da República, há elementos que necessitam ser esclarecidos”, informa a nota da procuradoria.
