O presidente Michel Temer criticou o acordo de delação premiada do corretor de valores, Lúcio Funaro, enviado ao Supremo pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot.
Em nota, Temer questiona a veracidade das informações repassadas por Funaro à PGR e os prováveis benefícios que ele obterá com a delação.
O texto destaca que o conteúdo da delação, que está em sigilo, mas que vazou na imprensa, apresenta inconsistências e incoerências.
Temer afirma que está sendo perseguido por Janot e diz que o procurador mudou de postura em relação a Funaro, que de um momento a outro se transformou em um personagem confiável com credibilidade.
Ainda na nota, Temer “se resguarda o direito de não tratar de ficções e invenções” e nega que tenha atuado para obstruir investigações.
O presidente criticou ainda o fato do empresário Joesley Batista estar “refazendo” a delação premiada. Ele afirmou que Joesley mentiu, omitiu e continua tendo o perdão do procurador-geral.
Funaro é apontado pelas investigações da Operação Lava Jato como operador de supostos pagamentos de propina ao ex-deputado federal Eduardo Cunha . O doleiro também foi citado na delação do dono da JBS, Joesley Batista.
A defesa do presidente também recorreu ao plenário do Supremo Tribunal Federal contra a decisão do ministro Edson Fachin de rejeitar o pedido de suspeição de Janot, para atuar em investigação relacionada ao presidente que está em tramitação na Corte.
Em recurso apresentado o advogado Antônio Mariz, argumenta que, nos casos envolvendo o presidente, Janot extrapola os “limites constitucionais e legais inerentes ao cargo que ocupa”.
Temer está em viagem oficial à China, onde participa de encontro anual do Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, China, África do Sul e Índia.