Prefeito de Recreio não teve acesso a arquivos e
senhas (Foto: Leonardo Ribeiro/Assessoria)
O prefeito de Recreio, na Zona da Mata, Jose Maria de Barros (PSB), decretou nesta quarta-feira (4), estado de calamidade administrativa, financeira e de infraestrutura por pelo menos seis meses, depois de analisar a situação atual do município.
Entre os problemas encontrados pelo atual gestor, está uma dívida, que ainda não foi calculada, do salário de dezembro de 2016 com os servidores da cidade e o bloqueio que o impede de fazer transferências bancárias.
No primeiro decreto de 2017, publicado no Diário Oficial dos Municípios Mineiros, o chefe do Executivo culpou a administração anterior, do ex-prefeito Ônio Fialho Miranda (PTB), pelo ato. “Fica decretada em toda extensão territorial do município a existência de situação anormal, provocada por motivo de emergência governamental da gestão anterior, a qual é caracterizada como situação de calamidade administrativa, financeira e de infraestrutura”, conforme o texto.
O G1 tentou entrar em contato com Miranda, que é médico na cidade, sem sucesso. A reportagem apurou que ele não foi visto pelo menos desde que renunciou ao mandato, no dia 30 de dezembro, a pouco mais de 24 horas da mudança de gestão, alegando “foro íntimo”, conforme carta entregue ao presidente da Câmara Municipal, na ocasião.
Ex-prefeito renunciou ao cargo antes da mudança de gestão (Foto: Leonardo Ribeiro/Arquivo Pessoal)
Na manhã desta quarta, a assessoria de comunicação da Prefeitura informou que Barros montou uma equipe administrativa para verificar se houve algum ato de improbidade administrativa causado pelo ex-prefeito e para levantar as demandas imediatas que precisam ser tomadas na cidade.
Também foi divulgado que os funcionários públicos não receberam o pagamento referente ao mês de dezembro de 2016, mas que a situação deve ser normalizada nas próximas semanas, assim que o novo gestor for autorizado a realizar transferências financeiras.
A assessoria também ressaltou que houve dificuldade na transição do governo, com recusa no fornecimento de informações básicas. Por isso, o prefeito assumiu a cidade sem conhecer a situação financeira. Afirmou ainda que o sistema de arrecadação do município está inoperante, o que impossibilita o atendimento ao contribuinte e que as senhas de programas governamentais, convênios e sistema de informática não foram passadas à equipe atual.
O Executivo atual afirmou, por fim, que todos os arquivos da Prefeitura foram deletados pela antiga gestão, o que está impedindo o acesso a informações sobre programas, contas e sistemas de controle do departamento de pessoal.