Prefeito de Recreio decreta situação de calamidade após assumir gestão
Zona da Mata Mineira
Publicado em 05/01/2017
 
 
Jose Maria de Barros, prefeito de Recreio (Foto: Leonardo Ribeiro/Assessoria)Prefeito de Recreio não teve acesso a arquivos e
senhas (Foto: Leonardo Ribeiro/Assessoria)

O prefeito de Recreio, na Zona da Mata, Jose Maria de Barros (PSB), decretou nesta quarta-feira (4), estado de calamidade administrativa, financeira e de infraestrutura por pelo menos seis meses, depois de analisar a situação atual do município.

Entre os problemas encontrados pelo atual gestor, está uma dívida, que ainda não foi calculada, do salário de dezembro de 2016 com os servidores da cidade e o bloqueio que o impede de fazer transferências bancárias.

No primeiro decreto de 2017, publicado no Diário Oficial dos Municípios Mineiros, o chefe do Executivo culpou a administração anterior, do ex-prefeito Ônio Fialho Miranda (PTB), pelo ato. “Fica decretada em toda extensão territorial do município a existência de situação anormal, provocada por motivo de emergência governamental da gestão anterior, a qual é caracterizada como situação de calamidade administrativa, financeira e de infraestrutura”, conforme o texto.

G1 tentou entrar em contato com Miranda, que é médico na cidade, sem sucesso. A reportagem apurou que ele não foi visto pelo menos desde que renunciou ao mandato, no dia 30 de dezembro, a pouco mais de 24 horas da mudança de gestão, alegando “foro íntimo”, conforme carta entregue ao presidente da Câmara Municipal, na ocasião.

Carta entregue ao presidente da Câmara de Recreio (Foto: Leonardo Ribeiro/Arquivo Pessoal)Ex-prefeito renunciou ao cargo antes da mudança de gestão (Foto: Leonardo Ribeiro/Arquivo Pessoal)

Na manhã desta quarta, a assessoria de comunicação da Prefeitura informou que Barros montou uma equipe administrativa para verificar se houve algum ato de improbidade administrativa causado pelo ex-prefeito e para levantar as demandas imediatas que precisam ser tomadas na cidade.

Também foi divulgado que os funcionários públicos não receberam o pagamento referente ao mês de dezembro de 2016, mas que a situação deve ser normalizada nas próximas semanas, assim que o novo gestor for autorizado a realizar transferências financeiras.

A assessoria também ressaltou que houve dificuldade na transição do governo, com recusa no fornecimento de informações básicas. Por isso, o prefeito assumiu a cidade sem conhecer a situação financeira. Afirmou ainda que o sistema de arrecadação do município está inoperante, o que impossibilita o atendimento ao contribuinte e que as senhas de programas governamentais, convênios e sistema de informática não foram passadas à equipe atual.

O Executivo atual afirmou, por fim, que todos os arquivos da Prefeitura foram deletados pela antiga gestão, o que está impedindo o acesso a informações sobre programas, contas e sistemas de controle do departamento de pessoal.

 

 

 

 

Do G1 Zona da Mata - 04/01/2017 18h41 - Atualizado em 04/01/2017 18h52

 

 

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