Políticos comentam decisão do STF de manter Renan na presidência do Senado
Política
Publicado em 08/12/2016
 
 
 
 

Ministros do STF decidem manter Renan Calheiros na presidência do Senado

Veja como os políticos avaliaram a decisão do Supremo Tribunal Federal desta quarta-feira (7) de manter Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, mesmo após o ministro da Corte Marco Aurélio ter determinado o afastamento do peemedebista do cargo em decisão liminar (provisória) no início da semana.

No mesmo julgamento, o STF, porém, decidiu que Renan não poderá ocupar a Presidência da República.

O senador é réu em um processo na Corte por peculato (desvio de dinheiro público) e a maioria dos ministros do Supremo já votou, em uma ação, para que réu 
não ocupe cargo na linha sucessória, ou seja, comande o Senado, a Câmara ou o próprio STF.

O próprio Renan divulgou uma nota, na qual disse que o Senado aplaude a decisão "patriótica" do Supremo.

 

Repercussão

 

Leia abaixo o que os políticos disseram sobre a decisão do STF:

Álvaro Dias (PR), líder do PV no Senado

"É sempre complexo discutir decisão judicial, mas me surpreendo com esta decisão parcial , porque ao meu ver, desgasta a instituição. Embora o prazo do mandato seja de apenas oito dias, porque teremos recesso, é uma questão emblemática, que diz respeito à ordem estabelecida. Quando não se cumpre decisão judicial - e houve desrespeito -, você passa a ideia da impunidade arrogante e isso enfraquece uma instituição tão importante como o Judiciário. É evidente que esta decisão não fortalece as instituições".

Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado
"Acho que veio a tempo a decisão do Supremo. [...] Agora permite que o presidente Renan se defenda no processo em que ele é réu, mas siga presidindo o Senado. Temos pouco mais de 40 dias para as próximas eleições [para o comando do Senado], então, o presidente Renan vai deixar o cargo e vou deixar de ser o vice. Então, acho que é melhor para o Brasil que a gente não tenha o risco de mais uma crise neste final de ano".

Lasier Martins (PDT-RS), senador
"Respeitadas as articulações políticas sempre possíveis, e por parte do Renan, mas foi uma acomodação do Supremo, uma acomodação que conspira contra a própria jurisprudência que eles estavam firmando, naquele julgamento da linha sucessória. E eles agora contrariam a própria jurisprudência esboçada para atender conveniências políticas, o que é lamentável. Uma delas [das conveniências] para permitir que o Renan termine o mandato. Outra para favorecer ou garantir a pauta de matérias para os últimos dias, o que estaria sob risco com a presidência entregue para um petista [Jorge Viana]".

Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da oposição no Senado
"Foi uma vergonha, um grande acordão por causa da PEC 55 [do teto de gastos públicos]. Simples assim, juntaram-se todos, setores da mídia, mercado financeiro, que disse que as bolsas iam cair, uma chantagem a ministros do STF. Isso porque querem votar a PEC 55 de qualquer forma. Uma vergonha, um acordão para aprovarem a PEC 55".

 

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
"Acho que a decisão foi a decisão correta. (...) É uma decisão que 
põe fim a uma crise, a uma pequena crise que tinha acontecido, e daqui pra frente vamos tentar construir esse diálogo, essa harmonia que eu acho que o Brasil está precisando muito"

Romero Jucá (PMDB-RR), senador e líder do governo no Congresso Nacional
"Sai fortalecida a democracia, o Supremo falou, nós respeitamos e, a partir de agora, nós vamos votar".

Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado
"Agora o presidente Renan assume a presidente do Senado, mas está excluído da linha sucessória da Presidência da República. A tese, se é correta ou não, não cabe a nós fazer juízo de uma decisão do Supremo. Temos que cumprir. Nós já temos problemas de sobra, não dá para querer polemizar mais ainda. Essa novela tem que ter um fim, chega de tanta crise e de se criar tantas crises. É o momento de chegar ao entendimento para superá-las e trazermos alternativas para uma solução".

 

Por Gustavo Garcia, G1, Brasília-

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