Taxa média de juros cai após 24 altas seguidas
Economia
Publicado em 10/11/2016

 

 

Após 24 meses seguidos de alta, as taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas caíram em outubro, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (10) pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).

A taxa de juros média para pessoa física caiu de 8,24% ao mês em setembro (158,61% ao ano) para 8,2% em outubro (157,47% ao ano). Esse é o menor valor desde agosto de 2016, segundo a Anefac, quando foi de 8,13% ao mês e 155,48% ao ano.

Das seis linhas de crédito pesquisadas, somente a do cheque especial teve a taxa de juros elevada no mês. As outras cinco analisadas tiveram suas taxas de juros reduzidas (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, CDC bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras).

No cartão de crédito, os juros caíram de 463,03% em setembro para 457,21% em outubro (de 15,49% para 15,39% ao mês). Trata-se da menor taxa desde agosto de 2016, quando estava em 451,44% ao ano e 15,29% ao mês.

No cheque especial, os juros foram de 309,24% ao ano (12,46% ao mês) em setembro para 311,43% em outubro (12,51% ao mês). Trata-se da maior taxa desde março de 1999, quando estava em 13,3% ao mês e 347,46% ao ano.

No empréstimo pessoal em bancos, os juros caíram de 73,52% ao ano (4,7% ao mês) em setembro para 73,13% ao ano em outubro (4,68% ao mês). Trata-se da menor taxa desde agosto de 2016, quando estava em 4,65% ao mês e 74,53% ao ano.

Pessoa jurídica
Das três linhas de crédito pesquisadas, duas tiveram suas taxas de juros elevadas no mês (desconto de duplicatas e conta garantida) e uma teve sua taxa de juros reduzida no mês (capital de giro). A taxa de juros média geral para pessoa jurídica ficou estável em 4,81% ao mês (75,72% ao ano) em outubro - a maior taxa de juros desde agosto de 2003 (4,86% ao mês e 76,73% ao ano).

Fatores
Para o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, as reduções podem ser atribuídas à redução da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central em sua última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom); à expectativa de novas reduções da Selic nas próximas reuniões do Copom frente a um cenário de inflação menor; e à melhora das expectativas econômicas para 2017.

Para os próximos meses, Oliveira acredita que a tendência é que a partir deste mês o Banco Central comece a flexibilizar sua política monetária, com a redução da taxa básica de juros.

"Tendo em vista a melhora das expectativas quanto à redução da inflação bem como na melhora fiscal, deveremos ter novas reduções da taxa básica de juros, o que reduz o custo de captação dos bancos, possibilitando novas reduções das taxas de juros nas operações de crédito", disse.

Mas ele pondera que o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência por conta da recessão econômica em curso e do desemprego elevado pode levar a novas elevações das taxas de juros aos consumidores, seja pessoa física ou jurídica.

 

Do G1, em São Paulo-10/11/2016 11h59-Atualizado em 10/11/2016 12h21

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