Assaltos e arrombamentos são cada vez mais freqüentes em fazendas mineiras, principalmente com a alta dos preços do café e do feijão. Além de levar toda a produção agrícola, quadrilhas especializadas estão fazendo famílias inteiras reféns e muitas são vítimas de violência física, o que está gerando um clima de terror entre quem vive ou trabalha em propriedades rurais. Diante de todo essa insegurança, a Assembléia Legislativa de Minas promoveu, na tarde desta segunda-feira, uma audiência para discutir o problema.
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Proprietários rurais ligados à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e à Associação dos Sindicatos dos Produtores Rurais do Centro de Minas (Asprocem) lotaram o plenário durante abertura do Debate Público Segurança no Campo. O encontro foi promovido pelas comissões de Segurança Pública e de Agropecuária e Agroindústria, para discutir o crescimento da violência na zona rural e propor alternativas para enfrentar o problema.
Pela manhã, o presidente da Comissão de Agropecuária, deputado Fabiano Tolentino (PPS), protocolou Projeto de Lei para a criação do Plano Estadual de Segurança em Defesa do Campo. A proposta inclui a criação de uma delegacia especializada em roubos e furtos rurais.
“Nós, do campo, não estamos mais vendo alternativas. A segurança pública está um caos”, disse o deputado, que também defendeu o uso de armamentos pelo produtor rural. “Nós não temos armas, mas os bandidos têm”, reforçou.
De acordo com Tolentino, faltam investimentos e servidores nas Polícias Militar e Civil. “Queremos prioridade do governo no trabalho das polícias, para que possamos ter segurança no campo e na cidade também”, afirmou.
O deputado João Leite (PSDB) também defendeu o porte de armas para proprietários rurais, por entender que é uma forma de os trabalhadores conseguirem se defender. “Criminosos têm que ir para cadeia para que produtores tenham sossego para trabalhar na terra", disse.
Somente nos cinco primeiros dias de julho deste ano, pelo menos nove fazendas foram assaltadas ou arrombadas em Minas. No dia 4, ladrões arrombaram um galpão e levaram 35 sacas de café na zona rural de Botelhos, no Sul de Minas. No dia 6, uma quadrilha invadiu outra fazenda em Divisa Nova, também no Sul de Minas, e rendeu nove pessoas de duas famílias. Os assaltantes fugiram levando 300 sacas de café beneficiado e R$ 2,4 mil.
(RG)
Pedro Ferreira/EM - Postado em 01/08/2016 18:13 / Atualizado em 01/08/2016 22:29