SÃO PAULO (Reuters) - Os advogados do ex-presidente da Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram nesta quinta-feira uma petição no Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, contra ações praticadas pelo juiz federal Sérgio Moro e procuradores da operação Lava Jato.
Na ação, Lula pede que o comitê da ONU se pronuncie sobre as "arbitrariedades praticadas pelo juiz Sérgio Moro contra Lula, seus familiares, colaboradores e advogados", de acordo com nota do escritório Teixeira, Martins & Advogados. O advogado britânico Geofrrey Robertson, que já defendeu o boxeador Mike Tyson e o fundador do WikiLeaks Julian Assange, também assina a petição.
Os advogados citam como evidências de abusos a condução coercitiva de Lula para depor em 4 de março; o vazamento de materiais confidenciais para a imprensa; a divulgação de conversas telefônicas e o fato de Moro, em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), ter assumido "papel de acusador, imputando crime a Lula por 12 vezes, além de antecipar juízo de valor".
"De acordo com a lei internacional, o juiz Moro, por já haver cometido uma série de ações ilegais contra Lula, seus familiares, colaboradores e advogados, perdeu de forma irreparável sua imparcialidade para julgar o ex-presidente", disseram os advogados em nota.
Lula é alvo de investigações no âmbito da Lava Jato, em Curitiba, e já foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por envolvimento no episódio da gravação em que o ex-senador Delcídio do Amaral tenta evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. [nL1N1A71ST]
(Por Caroline Stauffer e Raquel Stenzel)
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