Justiça começa a ouvir testemunhas no processo contra Eduardo Cunha
Política
Publicado em 21/07/2016
 

 

O doleiro Alberto Youssef presta depoimento na CPI da Petrobras, no prédio da Justiça Federal, em Curitiba (PR). A CPI deve ouvir os 13 investigados pela Operação Lava Jato que estão presos no Paraná (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)O doleiro Alberto Youssef  deve ser a primeira testemunha a ser ouvida (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)

Supremo Tribunal Federal (STF) começa a ouvir testemunhas de acusação de uma ação penal da Lava Jato envolvendo o deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a partir desta quinta-feira (21). O primeiro a ser interrogado deve ser o doleiro Alberto Youssef, que está preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde março de 2014. A audiência será realizada na sede Justiça Federal do Paraná, a partir das 10h.

Na ação em que é reu no STF, Cunha é acusado de receber ao menos US$ 5 milhões em dinheiro desviado de contrato de navios-sonda da Petrobras. As outras audiências estão marcadas para 25 e 28 de julho e há depoimentos previstos até o dia 8 de agosto.

Nesta quarta-feira (20), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski rejeitou o pedido de Cunha para suspender as audiências de testemunhas de acusação de ação penal aberta contra ele.

Para a defesa de Cunha, o juiz instrutor Paulo Marcos de Farias, que trabalha no gabinete do ministro Teori Zavascki, não poderia ter marcado depoimentos de testemunhas durante o recesso do Judiciário e antes da conclusão da produção de provas pedidas por Cunha.

Lewandowski não viu urgência para que o caso seja decidido no recesso e considerou que não cabe o tipo de ação apresentada – um habeas corpus – para questionar decisão de outro ministro da corte. Foi o ministro Teori Zavascki quem delegou que o juiz instrutor marcasse as audiências.

Os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso afirmaram, no documento enviado ao Supremo, que a marcação dos depoimentos foi feita de "forma atropelada".

"Rogando as mais respeitosas vênias, essa necessidade de marchar para frente a qualquer preço constitui uma flagrante violação ao seu direito básico de se defender, de forma plena e efetiva, no curso do processo, violando, assim, garantias básicas inerentes a um Estado Democrático de Direito", disseram os advogados de Cunha no pedido rejeitado por Lewandowski.

Veja os depoimentos das testemunhas de acusação na ação contra Cunha:

- 21 de julho, às 10h, na sede da Seção Judiciária do Estado do Paraná, audiência para oitiva de Alberto Youssef.

- 25 de julho, às 15h30, na sede da Seção Judiciária da Bahia, audiência para oitiva de Sérgio Luis Lacerda Brito.

- 28 de julho, às 10h, nas dependências do Supremo Tribunal Federal, audiência para oitiva de Luiz Antônio Souza da Eira.

- 1° de agosto, a partir das 14h, na sede da Seção Judiciária do Estado do Rio de Janeiro, audiência para oitiva das testemunhas: Nestor Cuñat Cerveró, Fernando Antônio Falcão Soares e Paulo Roberto Costa.

- 2 de agosto, a partir das 10h, na sede da Seção Judiciária do Estado do Rio de Janeiro, audiência para oitiva das testemunhas: Sérgio Roberto Weyne Ferreira da Costa, Paulo Roberto Cavalheiro da Rocha e João Luiz Cavalheiro Soares.

- 8 de agosto de 2016, a partir das 14h, na sede da Seção Judiciária do Estado de São Paulo, audiência para oitiva das testemunhas de acusação: Júlio Gerin de Almeida Camargo e Leonardo Meirelles.

 

Do G1 PR -21/07/2016 07h11 - Atualizado em 21/07/2016 07h3

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