Retomada da geração de empregos só deve ser realidade em 2020
Economia
Publicado em 04/07/2016

- - Brasília – A perda de dinamismo do país implicou o aumento do desemprego desde o início de 2015. E o Brasil ainda está longe de uma realidade diferente. - - Na avaliação do economista Miguel Foguel, especialista em mercado de trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a geração de vagas só deve se tornar factível a partir de 2018 e a taxa de desocupação, hoje de 11,2%, só recuará para abaixo dos dois dígitos em 2020.

- - Foguel explica que o pleno emprego, que se viu nos últimos anos, foi destruído pela recessão e só se tornará realidade depois de um longo período de crescimento sustentado do Produto Interno Bruto (PIB). - “Muitos brasileiros estão em uma situação de desalento em meio à dificuldade de se recolocar no mercado. - - Com isso, temos perda de capital humano”, comenta.

- - Para o especialista do Ipea, a boa notícia é que parte da população tem aproveitado a crise para se requalificar, sobretudo quem chegou a esse momento de recessão com alguma reserva financeira para emergências. - - Apesar disso, ele destaca que muitos profissionais, mesmo qualificados, têm se sujeitado a aceitar empregos que pagam menos para garantir alguma fonte de renda ou trabalhando por conta própria.

- “O exemplo prático dessa situação é o Uber. Muitas pessoas aproveitaram o dinheiro da rescisão para comprar um carro e prestar o serviço. - - São as alternativas que os brasileiros têm encontrado para sobreviver”, comenta. - - Mas o que realmente incrementa o mercado de trabalho e faz a renda crescer é o crescimento econômico.

- - Entre janeiro e março de 2016, o rendimento médio real de trabalhadores com nível superior era de R$ 4.426, 4,9% a menos que o observado no primeiro trimestre do ano passado, de R$ 4.656. - - O recuo é ainda maior entre trabalhadores com ensino médio completo, que recebem, em média, R$ 1.589 — retração de 5,6%.

- - Patrick Batista, de 33 anos, desempregado, está entre os que se viram obrigados a mudar de atividade. - - Ele virou ambulante. “Se não fosse isso, passaria fome”, diz. - “O mais triste é que, quando olhamos para a frente, não vemos saída. - - Temos que andar para trás”, reforça.

 

- - - - - - - > Antonio Temóteo , Rodolfo Costa /Correio Braziliense/EM -  Postado em 03/07/2016 07:00 / Atualizado em 03/07/2016 07:55

 

 

 

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