A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) atribui o desabastecimento a crise financeira. Não há previsão para a normalização
Por João Henrique do Vale/Site Estado de Minas
Postado em 17/01/2019 13:50 / Atualizado em 17/01/2019 13:55
A imagem da capa do site Multisom foi retirada de arquivos da internet/Google
Moradores mineiros que necessitam de medicamentos de alto custo fornecidos pelo Estado vivem em total angústia. Dos 217 remédios distribuídos gratuitamente no Farmácia de Minas, 97 estão desabastecidos ou parcialmente abastecidos. Sendo que, 74 tipos de medicação estão com o estoque zerado. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) atribui o desabastecimento a crise financeira. Não há previsão para a normalização.
Dados divulgados pela pasta mostram que a situação é crítica. Ao todo, 74 medicamentos estão totalmente em falta no estado. Outros 23 itens, estão com estoque entre 10% e 79% do total da demanda. A situação estava ainda pior, segundo a SES. Há 10 dias, eram 77 remédios com estoque zerado em Minas.
O desabastecimento está levando a SES a tomar medidas urgentes. Segundo a pasta, a crise financeira foi uma das causadoras do problema. “A atual gestão da SES-MG, está realizando uma análise da real situação da Saúde em Minas Gerais e já constatou um cenário de intenso desabastecimento de medicamentos essenciais ao tratamento dos cidadãos mineiros. Dentre as situações que culminaram na falta dos itens, verifica-se que grande parte está relacionada à pendência financeira do Estado junto aos fornecedores, cuja dívida foi herdada do governo anterior”, afirmou, por meio de nota. Continua depois da publicidade
Enquanto a situação não se normaliza, pacientes mineiros sofrem com o desabastecimento. Como é o caso de Maurício Silva Vítor Amaral, que é conselheiro municipal de saúde e presidente da Transvida. Ele passou por um transplante de rim em março de 2014 e precisa de tomar imunossupressores para o corpo não rejeitar o órgão recebido. Porém, alguns dos medicamentos estão em falta.
“Mês passado, em dezembro, peguei no dia 14. A partir do dia 15 em diante, os pacientes não conseguiram. Este mês fui pegar a quantidade que uso para 30 dias, mas não me deram. Além disso, disseram que não há prazo para regularizar”, disse. “Precisamos fazer o uso contínuo desses medicamentos o resto da vida. É um dos direitos mais preciosos na assistência farmacêutica”, reclamou.
De acordo com a SES, medidas estão sendo tomadas para regularizar o estoque. “Estão sendo implementadas ações prioritárias para a regularização dos pagamentos junto aos fornecedores e consequente reversão da situação instalada. À medida em que os fornecedores efetivam as entregas dos itens no almoxarifado central da SES-MG, está sendo realizada a distribuição às unidades de saúde com a tempestividade que o caso requer”, comentou.