Os preços do petróleo despencaram nesta sexta-feira a seu níveis mais baixos em um ano devido à preocupação dos mercados por uma possível sobreoferta da commodity, a duas semanas de uma reunião dos países produtores.
O barril de Brent do Mar do Norte, a referência europeia, para entrega em janeiro caiu abaixo de 60 dólares no Intercontinental Exchange (ICE) de Londres, a 59,74 dólares, às 14H20 GMT (12H20 de Brasília), um recuo de mais de 5% em relação à noite de quinta.
Nesta mesma hora, o barril de WTI para entrega também em janeiro recuava 6,2% em relação à véspera, a 51,23 dólares, no New York Mercantile Exchange (Nymex).
Os preços dessas duas referências mundiais não chegavam a níveis tão baixos em mais de um ano.
Os preços do petróleo subiram em outubro para o nível mais alto em quatro anos devido aos receios de redução na oferta com a entrada em vigor de novas sanções americanas contra o Irã: 75 dólares para o WTI e 85 dólares para o Brent.
Mas, desde então, eles caíram mais de 30%.
Poucas semanas após a aplicação dessas sanções, que foram receberam isenções para permitir que vários países continuem importando o petróleo do Irã, os investidores agora estão preocupados com a possibilidade de uma superabundância de petróleo no mercado.
"Os movimentos de mais de 1% no preço diário do petróleo tornaram-se normais no fim desta semana, e a volatilidade é alta desde o início de novembro, o que mostra até que ponto o mercado de petróleo está nervoso", explica Jasper Lawler, analista do London Capital Group.
- Atenção à Opep -
"A semana toda foi muito difícil para os preços do petróleo, que alcançaram novos mínimos em mais de um ano devido à preocupação por uma oferta excessiva de petróleo e aos temores relativos ao crescimento mundial", disse Lukman Otunuga, analista do FXTM.
Segundo este especialista, muitos investidores continuam apostando em uma queda dos preços do petróleo inclusive "apesar de que os países exportadores da Opep poderiam reduzir sua produção durante sua reunião no começo de dezembro".
"O WTI poderia perfeitamente cair abaixo dos 50 dólares a muito curto prazo", alertou.
Num sinal palpável de que a oferta supera amplamente a demanda, das reservas da commodity dos Estados Unidos, maior consumidor mundial, aumentaram mais que o previsto na semana passada, segundo dados publicados na quarta-feira pela Agência Americana de Informação sobre Energia.
Agora, todos os olhos estão voltados para a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), no seio da qual a Arábia Saudita desempenha um papel preponderante.
Os ministros do cartel, que se reúnem dentro de duas semanas em Viena, também devem analisar com seus sócios que não pertencem à Opep, entre eles a Rússia, sobre os níveis de produção tão acompanhados pelos mercados.
Por AFP/Site Estado de Minas
Postado em 23/11/2018 15:00
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