Marina Silva afirmou nesta terça-feira (11) que o pouco tempo de televisão é um dos fatores para sua queda de 16% para 11% das intenções de voto, segundo o DataFolha, e que isso é consequência de uma escolha da chapa em não fazer alianças com investigados por corrupção. Ela foi a primeira entrevistada da série de sabatinas realizadas pelos jornais O Globo, Valor Econômico e pela revista Época.
A jornalista Miriam Leitão indagou Marina sobre a queda nas intenções de voto, e a candidata alegou que pesquisas são retratos de momento. Independente disso, afirmou a ex-senadora, as candidaturas têm o dever de participar do processo político e debater projetos, e que este seria o principal objetivo das eleições.
"Acho que a questão do pouco tempo de televisão é uma coisa que tem um peso sim, tem algumas candidaturas que tem um tempo enorme, agora, não fazer as alianças é uma escolha. E é uma escolha que tem a ver com coerência, eu sempre digo que eu quero ganhar ganhando, eu não quero ganhar perdendo. Fica muito difícil você dizer ‘ah, eu vou ser tolerância zero com a corrupção’ e ter pelo menos 500 anos de Lava Jato em cima do palanque".
De acordo com Marina, a chapa com Eduardo Jorge começou bem, mas os eleitores dão muito valor a critérios como estrutura de campanha e orçamentos milionários, o que desidrataria a candidatura. A ambientalista afirmou ainda que governará com nomes que considerar "bons", sem distinção de partido, como Eduardo Suplicy (PT) e Carlos Bezerra (MDB). De acordo com
Marina, porém, pessoas boas sempre acabam ficando “no banco de reservas” no modelo político atual.
Questionada sobre as diferenças com o candidato Jair Bolsonaro, que também é evangélico, Marina afirmou que não cabia a ela julgar a fé de ninguém, mas que as diferenças políticas devem estar em pauta.
"A justiça de Deus é também para os índios, é também para os negros, e também para as mulheres, é também para os gays. Posso falar do ponto de vista politico, filosófico".
Ainda segundo Marina, o ataque sofrido por Bolsonaro, mesmo com um robusto esquema de segurança, prova que o Brasil não pode revogar o estatuto do desarmamento. Ela também afirmou que não se arrepende de ter defendido o impeachment de Dilma Rousseff e que, na verdade, considera que a cassação da chapa Dilma-Temer teria evitado a grande crise econômica e política que o Brasil enfrenta.
Reportagem, Ana Luiza de Carvalho
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Por Agência do Rádio - 11/09/2018 às 19h24 por email
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