A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a decisão do ministro Marco Aurélio que rejeitou o bloqueio de bens do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e de sua irmã, Andreia Neves. O pedido inicial, no valor de R$ 4 milhões, foi feito pela própria procuradoria para garantir o ressarcimento dos supostos crimes que teriam sido cometidos pelos acusados.
O senador é investigado no STF e foi alvo da Operação Patmos, da Polícia Federal, deflagrada em maio. O inquérito apura o pedido, feito por Aécio ao empresário Joesley Batista, de R$ 2 milhões para pagar advogados. Para a procuradoria-geral da República, o dinheiro teria sido solicitado em troca de atuação política a favor da JBS. O senador nega e diz não haver ilegalidade, tratando-se de um empréstimo pessoal.
Andreia chegou a ser presa durante a operação e depois cumpriu prisão domiciliar, que também foi revogada por Marco Aurélio. Aécio também foi alvo de medidas cautelares, como o recolhimento noturno, impostas pela Primeira Turma do STF, mas as cautelares contra o senador foram depois revertidas pelo plenário do Senado.
Defesa
Em nota, a defesa de Aécio Neves diz que recebeu com surpresa a reiteração do pedido da procuradoria. No entendimento do advogado Alberto Toron, representante
do senador, a mesma questão já foi indeferida por falta de embasamento jurídico e fático. "Reitere-se que os valores não se referem a recursos públicos, a recursos ilícitos ou a contrapartida de qualquer natureza", afirmou.
Texto ampliado às 20h30 para acréscimo da manifestação da defesa de Aécio Neves
Edição: Amanda Cieglinski