Com uma agenda cheia nessa terça-feira (12), o presidente Michel Temer participou de vários eventos ao longo do dia. Em todos, defendeu a reforma da Previdência, mas chegou a mudar o discurso em relação à data da votação.
Pela manhã, ao deixar o Palácio do Itamaraty, após reunião com o presidente da Macedônia, Gjorge Ivanov, Temer chegou a admitir que a votação da reforma poderia ser adiada para fevereiro, caso a base não conseguisse, até a próxima semana, os 308 votos necessários para aprovar a proposta.
Mas à tarde, em outra cerimônia, desta vez no Palácio do Planalto, Temer afirmou que a matéria tem que ser apreciada ainda este ano.
Muitos parlamentares que estão indecisos se apóiam ou não a reforma argumentam que podem perder eleitores se votarem a favor do texto. O presidente disse que os candidatos a deputados, senadores e governadores terão que se posicionar sobre o tema de qualquer forma - agora ou na próxima campanha eleitoral.
A declaração de Temer foi durante a cerimônia de lançamento do Selo Agro Mais Integridade. Um selo que vai premiar empresas do setor do agronegócio que adotem políticas para combater a corrupção.
Já no inicio da noite, o presidente participou de uma reunião com cerca de 150 empresários e pediu apoio para conquistar votos dos parlamentares. Temer sugeriu que cada empresário ligue para seu deputado e senador e o convença a votar a favor da proposta na Câmara.
O relator da reforma da Previdência na Casa, Arthur Maia, do PPS, também participou do encontro, mas adotou um discurso mais cauteloso em relação à data da votação. Segundo ele, o governo não tem margem de segurança para garantir a aprovação ainda em 2017.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também falou aos empresários. Meirelles reafirmou que, sem a reforma da Previdência, 80% do orçamento da União ficarão comprometidos com gastos da Previdência em dez anos.
Para ser aprovada, a PEC da Previdência precisa do apoio de pelo menos 308 votos, em dois turnos, e depois será encaminhada ao Senado.