Samanta do Carmo - 13/11/2017 - 22h08 - Brasilia-DF/Radioagência Nacional/Site EBC - A imagem da capa do site Multisom foi retirada de arquivos da internet
O áudio, que circulou nas redes sociais, é parte de um vídeo gravado por um traficante que dá ordens a uma mãe de santo para destruir um terreiro de candomblé, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O caso é uma das cerca de 170 ocorrências de intolerância religiosa registradas apenas nos seis primeiros meses deste ano.
Segundo dados do Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, de 2015 até junho deste ano, foram aproximadamente 1.500 registros que incluem violações como desrespeito, xingamento, agressão e destruição de templos. O número representa uma denúncia a cada 15 horas no período. As religiões mais afetadas pela intolerância foram umbanda e candomblé.
Tatá Ngunzetala, sacerdote do candomblé, relata que o desrespeito é cotidiano e incentivado por um discurso do Estado brasileiro e meios de comunicação, que valorizam a tradição judaico-cristã.
Diego Montone, babalorixá e fundador do Movimento Brasil contra a Intolerância Religiosa comenta que há mais casos do que os registrados, por causa da dificuldade de registrar a ocorrência.
Fabiano Lima, coordenador do Disque Direitos Humanos, confirma que por falta de legislação específica, o padrão tem sido enquadrar os casos de intolerância religiosa em outros tipos de crime. Ele argumenta que as denúncias que chegam pelo Disque 100 são encaminhadas para os órgãos competentes.
São Paulo e Rio de Janeiro são os estados com o maior número de queixas.