A Comissão de Meio Ambiente (CMA) realizou, nesta terça-feira (31), audiência pública para debater a revitalização de bacias hidrográficas, política pública que os senadores acompanham ao longo deste ano.
Representante do Instituto Aplysia, Tatiana Furley apresentou a restauração fluvial promovida pelo projeto Renaturalize no Espírito Santo.
— Refere-se a medidas ecológicas, físicas, espaciais e de gestão, destinadas a restabelecer o estado natural e funcional do rio, com objetivo de melhorar a qualidade da água, do sedimento, da biodiversidade, da recreação, gestão de inundações e desenvolvimento da paisagem — afirmou.
Tatiana explicou que a restauração de rios é cada vez mais comum na Europa e apresentou detalhes do trabalho que está sendo feito pelo instituto no Rio Mangarai. Segundo ela, há hoje cerca de 800 casos de restauração de rios na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, a exemplo do que está sendo feito no Brasil pelo instituto.
Já o professor Apolo Lisboa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explicou que a crise hídrica que vivemos hoje é fruto de 30 anos de mau uso das águas subterrâneas.
— A conta apareceu agora e você não vai resolver isso rapidamente, porque serão necessários anos e anos de chuva para repor o estoque que foi dilapidado de forma irresponsável, provocando o que chamamos hoje de novo fenômeno da seca — a seca subterrânea — explicou.
O professor defendeu o desmatamento zero como única solução para a falta de água crônica, um problema cada vez mais frequente em nosso país.
— Esse projeto "Brasil celeiro do mundo", que transformou o cerrado numa monocultura extensiva, permitiu irrigação com poços profundos tubulares, retirando água de alguns rios de uma maneira descontrolada. Nós destruímos o cerrado, por isso o rio São Francisco está secando — criticou.
Da TV Senado
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)