São Paulo, 20 - As distribuidoras da Eletrobras devem ser privatizadas no primeiro trimestre do ano que vem ao custo simbólico de um carro para cada uma delas, disse nesta sexta-feira, 20, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.
Segundo ele, o valor já foi definido, mas o ministro interino considerou que não teria permissão para mencioná-lo, por uma questão de governança. "É da ordem de grandeza de um automóvel, é simbólico", disse.
Pedrosa salientou que o modelo de leilão das distribuidoras será pelo menor adicional tarifário extraordinário, depois que fez um "reposicionamento tarifário temporário" da concessão pelo período de cinco anos, admitindo que nem mesmo uma empresa eficiente poderia ter fôlego para recuperar as empresas. "Ao fazer isso a Aneel tornou mais factível a venda", disse.
Ele também considerou positiva a permissão da Aneel para que o pagamento de valores de fundos setoriais que estão sendo colocados para manter as empresas se dê depois deste primeiro ciclo tarifário de cinco anos.
"Será o momento que a tarifa cairia e será o momento em que esses valores começam a ser pagos, é um movimento que ajusta o fluxo de caixa e permite que essas privatizações aconteçam", explicou.
Pedrosa comentou que há situações de "muita dificuldade" das empresas. "Em uma delas, o excesso do custo operacional real, quando comparado com a Aneel, em um ano, come 35 anos da remuneração regulatória que a Aneel dá para a concessão", disse.
Conforme disse Pedrosa, o data room com informações detalhadas sobre as empresas deve ser disponibilizado ainda este ano. Desta forma, os possíveis interessados poderão avaliar melhor a situação das distribuidoras.
(Luciana Collet)