Campanha quer chamar atenção para perigo da diabetes
Saúde/Ciência
Publicado em 24/07/2017

“Na Ponta do Dedo”. Este é o nome da campanha das Sociedades Brasileiras de Diabetes, Hepatologia e Infectologia, lançada esta semana, para chamar a atenção da população para a relação entre o diabetes tipo 2 e a hepatite C. 


Segundo as entidades, estudos mostram que o vírus da hepatite C é capaz de gerar alterações na insulina, impedindo a regulação do metabolismo da glicose no organismo. 


Pacientes com essas alterações têm quatro vezes mais chances de desenvolverem o diabetes tipo 2. 


A campanha foi lançada esta semana para aproveitar o Julho Amarelo, mês dedicado à prevenção e controle das hepatites virais, e, também, a proximidade com 28 de julho, Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. 


Segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia, existem no Brasil cerca de 2 milhões de portadores do vírus da hepatite C e 70% deles desconhecem que têm o vírus. Apenas 10% são tratados.


De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de portadores da doença, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.

 

Graziele Bezerra - 22/07/2017 - 10h42 - Brasilia-DF/Radioagência Nacional/Site EBC

 

 

Veja mais detalhes da campanha

Campanha Na Ponta do Dedo
Campanha Na Ponta do Dedo - Foto: Divulgação

As sociedades brasileiras de Diabetes (SBD), Hepatologia (SBH) e Infectologia (SBI) lançaram nesta quinta-feira (20) a campanha nacional de conscientização Na ponta do dedo – faça o exame, por trás da Diabetes tipo 2 pode estar a Hepatite C. O objetivo é estimular a população a fazer o exame que detecta o vírus da hepatite C.

Segundo as entidades, estudos mostram que o vírus da hepatite C é capaz de gerar alterações na insulina, impedindo a regulação do metabolismo da glicose no organismo. Pacientes com essas alterações têm quatro vezes mais chance de desenvolver o diabetes tipo 2.

A campanha foi lançada nesta quinta-feira para aproveitar o Julho Amarelo, mês de prevenção e controle das hepatites virais, e a proximidade com o dia 28 de julho, data instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais.

Segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia, há no Brasil cerca de 2 milhões de portadores do vírus da hepatite C, dos quais 70% desconhecem que têm o vírus e 10% são tratados. Cerca de 90% das pessoas que adquirem o vírus não desenvolvem a doença. Aqueles que a desenvolvem, muitas vezes descobrem tarde demais, quando as complicações já estão avançadas, já que o aparecimento de sintomas é muito raro. Além do diabetes tipo 2, pacientes com hepatite C têm propensão a desenvolver câncer de fígado, cirrose e doenças cardiovasculares.

Já o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Sérgio Cimerman, disse que a hepatite C tem diagnóstico fácil, mas os profissionais da área muitas vezes não têm conseguido explicar à população a gravidadeda doença devido às complicações, havendo necessidade de diagnóstico precoce. "Com o diagnóstico precoce, conseguimos instituir um tratamento com drogas disponíveis no mercado e no Sistema Único de Saúde (SUS). A cura pode chegar em torno de 98%".

Segundo o presidente da SBD, Luiz Turatti, boa parte dos médicos e da população não sabem ou não fizeram a ligação entre as duas doenças. Segundo ele, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de portadores de diabetes, ficando atrás apenas dos EUA, China e Índia. “Hoje, no Brasil, há 14 milhões de doentes e, em 25 anos, o número pode aumentar em 50%. Se nada for feito, haverá impacto da relação entre as duas doenças a longo prazo”.

Segundo o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Edison Parise, por muitos anos os médicos acreditaram que a hepatite C afetava apenas o fígado, mas a doença interfere em outros sistemas do organismo. "Hoje, sabe-se que o vírus da hepatite C é capaz de interferir na efetivação da ação da insulina, e isso começa a desencadear o diabetes. Quando se elimina o vírus da hepatite C, a resistência à insulina desaparece. Quanto mais resistência insulínica, maior vai ser a lesão no fígado, acelerando a progressão da hepatite".

O presidente da SBH, Fábio Marinho, informou que o exame para detectar a hepatite C é simples, rápido e essencial para encontrar esses pacientes.

Para fazer o teste anti-HCV, que serve para detectar a doença, basta uma pequena quantidade de sangue, a partir de uma picada no dedo. O tratamento consiste no uso de um medicamento com pouco ou nenhum efeito colateral, que deve ser tomado duas vezes ao dia, durante três meses. O remédio também está disponível no SUS.

"Se não encontrarmos os doentes e tratarmos, teremos muitos casos de câncer, muitas mortes relacionadas ao fígado, muita descompensação hepática, como cirrose."

Para obter mais informações basta acessar o 
site da campanha, que também está disponível nas mídias sociais.

 

 

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