Alucinações, aumento dos batimentos do coração, da temperatura, crises de ansiedade e até a morte são alguns dos efeitos colaterais das drogas. Mas, mesmo assim, cerca 250 milhões de pessoas em todo o mundo consomem algum tipo de entorpecente.
Desse total, quase 30 milhões apresentam transtornos relacionados ao consumo, incluindo a dependência.
Os dados são do último Relatório Mundial sobre Drogas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), divulgado como parte das atividades do Dia Internacional de Combate às Drogas, nesta segunda-feira (26).
O relatório da ONU revela o aumento da produção, tráfico e consumo da cocaína na Europa, América do Norte e Ásia. Segundo o secretário Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Humberto Viana, o Brasil não figura entre os principais consumidores de droga do mundo.
“O Brasil não está entre os países que mais consomem droga no mundo. Se você for detalhar, a cocaína e a maconha aí você vai ver que não somos o país que mais consome no mundo. Nós somos rota, não produzimos.
Segundo o documento, as drogas mais fatais são as opioídes, como a heroína e derivados sintéticos. Em 2015, pelo menos 190 mil pessoas morreram devido ao consumo de diferentes drogas.
Apesar de dados alarmantes sobre o consumo de substâncias ilícitas no mundo, de acordo com a Unodc, uma em cada seis pessoas precisam de tratamento para transtornos graves relacionados aos entorpecentes e recebe assistência, a maioria nos países desenvolvidos.
Segundo o mestrando em saúde coletiva do Centro de Estudos e Pesquisa sobre o Álcool e outras Drogas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Laerson da Silva, no Brasil existem bons exemplos de combate às drogas. Ele cita como funciona o “Programa Crack, é Possível Vencer”, do Ministério da Justiça.
Ele [o programa] atua em três eixos que são a prevenção, material informativo; o cuidado, em comunidades terapêuticas e Caps, que vão trabalhar com a reinserção social e o eixo da autoridade, que vai trabalhar com a repressão e no impedimento da circulação de drogas.
O relatório mundial sobre drogas contabilizou 739 substâncias entorpecentes que aparaceram e desapareceram entre 2009 e 2016. Um dado positivo foi o elevado número de drogas retiradas de circulação. Só de cocaína foram 864 toneladas, em 2015.