O PSDB disputa pela primeira vez, de maneira oficial, o comando da União Nacional dos Estudantes (UNE). A eleição estava prevista para começar na noite de hoje durante o 55 Congresso Nacional da Une (Conune) e o resultado deve ser divulgado no começo de amanhã. O candidato tucano é André Morais, 23 anos, amazonense, estudante de administração e secretário-geral da Juventude Nacional do PSDB, integrante da chapa "Vem que a Une é nossa".
A expectativa da chapa, que tem como símbolo um tucano estilizado, é obter ao menos uma cadeira entre as 20 vagas da direção executiva da entidade que, desde 1991, é comandada pela União da Juventude Socialista, a juventude partidária do PCdoB. “Vai ser um feito inédito”, afirma Henrique Vale, 22 anos, paranaense, estudante de direito e presidente recém-eleito da Juventude Tucana.
Ele foi indicado para a presidência provisória da entidade por uma comissão de jovens deputados federais do PSDB designados pelo comando nacional do partido para alterar o estatuto da seção que representa os jovens dentro da legenda. A presidente da Une, Carina Vitral, deve ser sucedida por Marianna Dias, baiana, atual diretora de relações internacionais da entidade e estudante de pedagogia. Ela representa o movimento “Vem quem tem coragem”, que conta com o apoio da atual gestão.
De acordo com Henrique, o PSDB, juntamente com outros movimentos independentes de centro-direita de diversas partes do país, lançaram a frente “Vem que a Une é nossa” com o objetivo de conquistar espaço dentro da entidade, uma das metas previstas no novo estatuto da Juventude Tucana.
Libertas A frente, segundo ele, elegeu delegados para a disputa e contou com apoio do Libertas, movimento estudantil de centro-direita que conquistou no começo deste mês a presidência do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) em uma disputa bem apertada com a esquerda.
“A gente sempre participava dos congressos da Une, mas nunca de maneira organizada. Dessa vez nos preparamos antes e cobramos dos estados que se organizassem e elegessem seus delegados”. A intenção, segundo ele, é começar um processo para tirar a hegemonia da esquerda do comando da Une, uma das maiores entidades estudantis do mundo.
Diretas já
Nessa linha de disputar espaço no movimento estudantil, o grupo liderado pela Juventude Tucana aprovou a resolução do Congresso que exige eleições diretas para a presidência da República, na contramão do que vem sendo defendido pela direção nacional do partido. Henrique disse que existe o risco de o presidente Michel Temer ser afastado a qualquer momento e , caso isso aconteça, a melhor solução é convocar eleições diretas para a escolha do novo chefe do executivo. Para isso, ele defende a aprovação pelo Congresso Nacional da PEC que prevê eleições diretas em caso de vacância em qualquer período do mandato.
Segundo ele, a juventude do partido já tinha defendido o desembarque do PSDB do governo Temer.
“Tomamos essa posição primeiro porque há um apelo da população, e segundo porque em um momento de crise política como este, apenas um novo grupo com legitimidade de votos vai conseguir corrigir o país e ter maioria no parlamento, para estabilizar, para recuperar a economia”, defendeu.
As eleições na UNE são realizadas em duas etapas. Primeiramente, são montadas chapas nas universidades de todo o país, com votação direta para a eleição de delegados e delegadas que representarão as suas instituições no Congresso.
Na plenária final do encontro, que começou na tarde hoje, os delegados se organizam novamente em chapas para se candidatarem à direção da entidade. Ao final da votação, marcada para começar às 19h deste domingo, a nova diretoria da UNE é composta de forma proporcional por todas as chapas participantes, de acordo com o número de votos obtidos.
Alessandra Mello/EM - Postado em 18/06/2017 17:34 / Atualizado em 18/06/2017 17:47