Leishmanioses: Ministério da Saúde alerta para prevenção
Saúde
Publicado em 16/08/2022

Doenças infecciosas graves, que podem atingir pessoas e animais, têm prevenção e controle

 

Publicado em 12/08/2022 20h49 - Matéria retirada do portal do Ministério da Saúde - (https://www.gov.br/saude)

A imagem da capa do site Multisom é meramente ilustrativa e foi retirada de arquivos da internet/Google

 

Na Semana Nacional de Controle e Combate às Leishmanioses, o Ministério da Saúde reforça a importância da prevenção destas doenças infecciosas que afetam seres humanos e animais. Causadas por parasitos que são transmitidos pela picada de insetos chamados de flebotomíneos, as leishmanioses têm o potencial de provocar desde lesões na pele à infecções viscerais, que podem levar a morte.

Há dois tipos de leishmanioses: tegumentar e visceral (calazar). Tais doenças persistem como um importante problema de saúde mundial, já que mais de 90% de novos casos concentram-se em 13 países, incluindo o Brasil. Estima-se que até 1,7 milhão de pessoas adoeçam anualmente por leishmanioses, dessas, de 20 mil a 30 mil evoluem ao óbito.

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR

No Brasil, uma das formas mais frequentes de leishmanioses é a tegumentar. Conhecida também pelos nomes de úlcera de Bauru, nariz de tapir, botão do oriente e ferida brava, a doença não contagiosa é transmitida pela picada de fêmeas infectadas do vetor, conhecido popularmente como mosquito-palha, tatuquira, birigui, entre outros.

Os sinais da leishmaniose tegumentar são lesões na pele e/ou mucosas. As lesões de pele podem ser únicas, múltiplas, disseminadas ou difusas. Elas apresentam aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor.

As lesões mucosas são mais frequentes no nariz, boca e garganta. Quando atingem o nariz, podem ocorrer:

  • Entupimentos;
  • Sangramentos;
  • Coriza;
  • Aparecimento de crostas;
  • Feridas.

Na garganta, os sintomas são:

  • Dor ao engolir;
  • Rouquidão;
  • Tosse.

O período de incubação - tempo que os sintomas começam a aparecer desde a infecção - é de, em média, 2 a 3 meses, podendo apresentar períodos mais curtos, de 2 semanas, e mais longos, de 2 anos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento específico e gratuito para a leishmaniose tegumentar. O tratamento é feito com uso de medicamentos específicos e repouso. Desde o ano 2021, o SUS oferta medicamento que possibilita o tratamento na própria casa do paciente, por meio do uso de cápsulas do medicamento miltefosina, primeiro medicamento de uso oral para a doença.

LEISHMANIOSE VISCERAL

Apesar de menos frequente que a leishmaniose tegumentar, a leishmaniose visceral é expressivamente mais grave, podendo levar a óbito caso o paciente não seja tratado oportuna e adequadamente. Os principais sinais e sintomas da leishmaniose visceral são: febre prolongada e irregular (mais de 7 dias), falta de apetite, perda de peso, fraqueza e aumento do volume abdominal (aumento do fígado e baço).

Esses sintomas costumam aparecer, em média, entre 2 e 6 meses após a picada da fêmea de flebotomíneos infectados.
O cão é a principal fonte de infecção para o inseto transmissor, pelo fato do parasito se manter nos vasos sanguíneos localizados na pele desses animais, diferente do que acontece nos seres humanos, e facilitando a manutenção do ciclo de transmissão da doença no meio urbano.

É importante salientar que os cães, assim como os seres humanos, são vítimas e não o vilão na cadeia de transmissão, e que existe a possibilidade de evitar sua infecção por meio do uso de coleiras com repelentes que evitam as picadas dos insetos vetores da leishmaniose visceral.​

A doença tem tratamento, também disponível no SUS, que se baseia na administração de medicamentos, com diferentes protocolos, a depender da gravidade do quadro clínico do paciente.

SAIBA COMO EVITAR

Entre janeiro de 2021 e julho de 2022, foram detectados pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) do Ministério da Saúde, 52 suspeitas de mortes por
leishmaniose visceral, os quais ocorreram em 14 das 27 Unidades Federadas, com destaque para os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Apesar de ainda não existir vacina contra as leishmanioses humanas, é recomendado ações educativas e preventivas, como o manejo ambiental, por meio da limpeza de quintais e terrenos, para evitar o estabelecimento de criadouros para larvas do vetor. Além de adotar medidas de proteção individual, como usar roupas que protejam as pernas e os braços das picadas do vetor e evitar a exposição nos horários de atividades do inseto (crepúsculo e noite) em ambientes onde este habitualmente possa ser encontrado.

Outra forma importante de prevenção da leishmaniose visceral humana é prevenindo a infecção dos cães pelo agente causador da doença. A estratégia mais efetiva comprovada cientificamente é o uso de coleiras impregnadas com inseticida à base deltametrina nessa espécie animal em áreas endêmicas para a doença. Essa ferramenta faz parte da estratégia de vigilância, prevenção e controle da doença no Brasil, implementada no SUS a partir do ano de 2021. No último mês, o Ministério da Saúde enviou mais de 254 mil coleiras aos estados com maior risco de transmissão da doença.

Giurla Martins
Ministério da Saúde

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