Alta em 12 meses é de 23,43%
Publicado em 06/10/2021-10:29 Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil-Rio de Janeiro/Portal EBC
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O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,55% em setembro, após redução de 0,14% em agosto. No ano, acumula alta de 15,12% e, em 12 meses, de 23,43%. Em setembro do ano passado, o índice havia subido 3,3% e acumulava alta de 18,44% em 12 meses. Os dados foram divulgados hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
O IGP é a média dos índices de preços ao produtor (IPA), ao consumidor (IPC) e de custo da construção civil (INCC). Segundo o instituto, o indicador revela as fontes de pressão inflacionária e a evolução dos preços de produtos e serviços mais relevantes para esses três grupos.
Segundo o coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Braz, a queda no IGP-DI foi influenciada pela diminuição no preço de commodities.
“A queda de 22,11% registrada no preço do minério de ferro influenciou novamente o resultado da inflação ao produtor, que recuou de 0,42% em agosto para a queda de 1,17% em setembro. Afora o comportamento do minério, os preços de outras commodities importantes também apresentaram quedas, como milho (5,26% para -5,10%), bovinos (-0,24% para -2,69%) e soja (4,25% para -0,32%)”.
Componentes
Entre os componentes do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou queda mais intensa em setembro. A taxa passou de menos 0,42% em agosto para menos 1,17%, no mês passado. Por estágios de processamento, o grupo bens finais desacelerou de 2,19% em agosto para 1,26% em setembro, puxados pelos alimentos in natura, cuja taxa passou de 8,09% para 2,22% na passagem do mês. O índice de bens finais, que exclui os alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 1,15% em setembro, depois da alta de 1,64% em agosto.
A taxa do grupo bens intermediários passou de 1,84% para 1,91% em setembro, com o aumento no subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 0,53% em agosto para 1,87%. O índice de bens intermediários, que exclui combustíveis e lubrificantes para a produção, desacelerou para 1,91% em setembro, depois da alta de 2,05% no mês anterior. Já o estágio das matérias-primas brutas caiu 5,75% em setembro, depois da queda de 4,17% em agosto. O grupo foi puxado pelo minério de ferro (21,39% para 22,11%), milho em grão (5,26% para 5,10%), soja em grão (4,25% para 0,32%) e bovinos (0,24% para 2,69%). Pelas altas, o FGV Ibre destaca a mandioca (4,14% para 6,71%) e a cana-de-açúcar (0,87% para 1,45%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,43% em setembro, depois da alta de 0,71% em agosto. Dentro do IPC, cinco das oito classes de despesa componentes tiveram acréscimo na taxas de variação: habitação (0,59% para 2,59%), educação, leitura e recreação (1,03% para 2,90%), transportes (0,69% para 1,50%), comunicação (0,05% para 0,39%) e despesas diversas (0,18% para 0,30%).
O instituto destaca a alta de eletricidade residencial, cuja variação passou de 0,93% em agosto para 8,52% em setembro, passagem aérea (7,25% para 22,70%), gasolina (1,14% para 3,38%), telefonia, internet e TV por assinatura (-0,19% para 1,04%) e serviços bancários (0,15% para 0,27%).
Tiveram queda na taxa de variação os grupos saúde e cuidados pessoais (0,49% para 0,14%), alimentação (1,25% para 1,09%) e vestuário (0,38% para 0,28%), puxados por artigos de higiene e cuidado pessoal (1,16% para -0,01%), hortaliças e legumes (4,25% para 2,51%) e acessórios do vestuário (0,82% para -0,01%).
Os dados do FGV Ibre apontam que o núcleo do IPC registrou taxa de 0,46% em setembro, ante 0,53% no mês anterior, e o índice de difusão mostrou que a proporção de itens com taxa de variação positiva ficou em 65,48%, 12,58 pontos percentuais abaixo do registrado em agosto, quando o índice foi de 78,06%.
O último componente do IGP-DI, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,51% em setembro, depois da alta de 0,46% em agosto. Materiais e equipamentos desaceleraram de 1,01% para 0,71%; serviços foram de 0,47% para 0,35% e a mão de obra não variou em agosto e subiu 0,37% em setembro.
Edição: Fernando Fraga