O Tribunal Superior Eleitoral notificou o presidente Michel Temer e a ex-presidente Dilma Rousseff sobre um relatório da Polícia Federal que investigou o trabalho de três gráficas prestadoras de serviço à chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014.
O conteúdo do documento é sigiloso, mas, segundo o Tribunal, uma força-tarefa analisou informações obtidas a partir da quebra dos sigilos bancários das gráficas VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda., Focal Confecção e Comunicação Visual Ltda., Rede Seg Gráfica Eireli. As investigações foram realizadas em 20 locais de três estados: Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.
Após o recebimento do relatório, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Herman Benjamin, determinou a oitiva de mais cinco testemunhas. Os depoimentos serão colhidos no dia 8 de fevereiro no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.
O processo que investiga a Chapa Dilma-Temer foi movido pela Coligação Muda Brasil, que teve como candidato a presidente o senador Aécio Neves, e pelo PSDB. Eles acusam a chapa de abuso de poder político, econômico e de autoridade.
* Em nota, o advogado de defesa do presidente Michel Temer, Gustavo Bonini Guedes, afirmou que o então vice-presidente e o PMDB não foram os responsáveis pelas contratações das empresas referidas durante a campanha de 2014, logo, não detêm conhecimento sobre qualquer irregularidade no pagamento e na prestação dos serviços. De acordo com Guedes, o resultado pericia demandará investigação criminal, a ser instaurada em juízo e procedimento próprios.
* Também em nota, divulgada em dezembro, o advogado de defesa da ex-presidente Dilma Rousseff, Flavio Caetano, disse que todas as empresas contratadas pela chapa Dilma-Temer, atenderam aos requisitos legais de regularidade jurídica e de capacidade operacional, com a integral prestação dos serviços contratados, e que foram respeitados os critérios de preço de mercado, qualidade, quantidade do produto e prazo de entrega.