Clima seco provoca aumento de casos de sinusite durante o inverno
Saúde/Ciência
Publicado em 15/07/2016

 Clima seco, ar poluído e variações de temperatura são condições propícias para a ocorrência da sinusite. Por isso todo ano, nesta época de inverno, o número de casos que chegam aos consultórios costuma aumentar.

“É muito comum vermos esse aumento no inverno. Mas este ano particularmente a umidade está mais baixa do que no ano passado”, diz o otorrinolaringologista Ricardo Landini Lutaif Dolci, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.

A sinusite é uma infecção que ocorre nos seios da face, que são como cavidades ocas que ficam na “maçã” do rosto e na testa. No paciente com sinusite, essas cavidades ficam cheias de catarro, o que leva a um quadro de dor de cabeça, congestão nasal, mal-estar, tosse e dor no corpo.

Clima e sinusite
Dolci explica que as variações climáticas típicas do inverno predispõem muitas pessoas a desenvolver alergias respiratórias, principalmente a rinite alérgica. E, caso não tratada, a rinite pode evoluir para a sinusite. Isso porque a secreção parada dentro do nariz depois de um tempo se torna um meio de cultura para bactérias que levarão à sinusite. Além disso, o clima seco provoca o ressecamento da mucosa nasal, o que facilita a ocorrência de infecções respiratórias.

Na rinite, os principais sintomas são nariz entupido, catarro, secreção no nariz, espirros constantes e tosse. Na sinusite, além desses sintomas, o paciente também tem uma sensação de peso na cabeça e dor nos ossos da face. A secreção que sai do nariz não é transparente, mas amarelada ou esverdeada.

Enquanto a rinite é tratada com antialérgico, spray nasal e lavagem nasal, a sinusite deve ser tratada com antibióticos.

Consequências mais graves
Se não for tratada, a sinusite pode levar também a complicações mais graves. Se o pus chega aos olhos, por exemplo, eles podem inchar, deixando as pálpebras avermelhadas e irritadas. Fora isso, a secreção pode ainda chegar ao cérebro, causando meningite.

O paciente com sinusite pode sofrer especialmente durante viagens de avião. “Quando estamos no avião, existe uma variação da pressão atmosférica. Os seios da face são cavidades ocas, com ar dentro. Na sinusite, essas esferas vão conter secreção, por isso quando há variação de pressão o paciente sente mais, podendo sofrer um trauma, uma dor muito forte”, diz Dolci.

Diagnóstico
O diagnóstico da sinusite é clínico, segundo Dolci. É baseado na história do paciente e no exame físico, não havendo necessidade de fazer exames de imagem como raio-X.

 

 

Mariana Lenharo-Do G1, em São Paulo-15/07/2016 05h00 - Atualizado em 15/07/2016 05h00

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