Inflação oficial pelo IPCA em 2017 é de 2,95%, a menor taxa desde 1998
10/01/2018 10:01 em Economia
Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - 10/01/2018 - 09h26 - Rio de Janeiro/Site EBC - A imagem da capa do site Multisom foi retirada de arquivos da internet
Vitória (ES) - Supermercados lotados com filas nos caixas e na entrada funcionam com horário reduzido (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Inflação oficial fechou em 2017 com alta acumulada de 2,95%. É o menor número desde a taxa de 1998 quando atingiu 1,65%   Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou em 2017 com alta acumulada de 2,95%, resultado 3,34 pontos percentuais inferior aos 6,29% de 2016. É o menor número desde a taxa de 1998 quando ficou em 1,65%.

Os dados foram divulgados hoje (10), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, em dezembro, o IPCA fechou em 0,44%, ficando 0,16 ponto percentual acima do resultado de novembro (0,28%). Essa foi a maior variação mensal de 2017. Em 2016, o IPCA de dezembro atingiu 0,3%.

Índice abaixo da meta

A inflação de 2017 de 2,95% ficou abaixo do piso inferior da meta fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que era de 4,5% (com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos).

Para 2017, o governo havia fixado uma meta inflacionária de 4,5%, com possibilidade de variação de 1,5% para cima ou para baixo, ou seja, entre 3% e 6%.

Em dezembro o IPCA fechou com alta de 0,44%, a maior variação mensal do ano e um resultado 0,16 ponto percentual acima do 0,28% de novembro. Em 2016, o IPCA fechou dezembro com alta de 0,3%.

Dos nove grupos que compõem o IPCA, o setor de Alimentação e Bebidas foi o que mais contribuiu para conter a inflação. Responsável por cerca de 25% das despesas das famílias, o grupo acusou queda acumulada (deflação) de 1,87%.

O resultado decorreu da redução de 4,85% no preço dos alimentos consumidos em casa, com destaque para as frutas (-16,52%), que tiveram o maior impacto negativo (-0,19 ponto percentual).

Segundo o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, Fernando Gonçalves, a deflação dos alimentos foi consequência da produção agrícola, que teve uma safra cerca de 30% maior que a de 2016.

“Essa situação levou o consumidor a pagar mais barato (-1,87%) do que no ano anterior. É a primeira vez que o grupo apresenta deflação desde a implantação do Plano Real”, disse.

A alta do último mês do ano foi influenciada pela aceleração na taxa dos grupos Alimentação e Bebidas, que passou de uma deflação de 0,38% em novembro para 0,54%; e Transportes (de 0,52% para 1,23%).

Alimentação consumida em casa influencia índice

Segundo o IBGE, no grupo dos alimentos, após sete meses consecutivos de variação negativa, a mudança de -0,38% em novembro para 0,54% em dezembro ocorreu por conta da alimentação consumida em casa. Ela passou de -0,72% para 0,42%.

Já os principais impactos individuais no índice do mês, ambos de 0,09 ponto percentual, foram exercidos pelas passagens aéreas (alta de 22,28%), e pela gasolina (o preço do litro ficou, em média, 2,26% mais caro). Juntos, com impacto de 0,18 ponto percentual, esses dois itens representaram 41% do IPCA de dezembro.

Eles também foram os principais responsáveis para que o grupo Transportes (1,23%) apresentasse a maior alta no mês, considerando-se, ainda, o aumento de 4,37% do etanol, com impacto de 0,04 ponto percentual.

(*) Texto alterado às 10h41 para acréscimo de informações

Edição: Kleber Sampaio
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